Uma pesquisa divulgada nesta quinta (24) pela organização não-governamental (ONG) Grupo de Mulheres da Cidadania Feminina aponta que as mulheres que vivem na periferia das capitais não têm espaço no mercado de trabalho. O estudo foi feito com 64 mulheres da comunidade de Córrego do Euclides, um bairro de Recife (PE), e identifica as principais atividades, a remuneração e a etnia.
De acordo com a pesquisa, a maioria das mulheres é negra e recebe entre R$ 30 e R$ 180 mensais em atividades como preparo de alimentos para venda em casa, por não conseguirem ingressar no disputado mercado de trabalho. O resultado, acrescentou a coordenadora, é que 'elas entram apenas no mercado informal: costumam vender pipoca, salgados, tapioca e outros alimentos, em barracas montadas geralmente diante das residências'.
A coordenadora apontou o racismo como uma das barreiras para a profissionalização das mulheres, ao informar que 94% das domésticas e lavadeiras entrevistadas são negras. 'Chegamos à conclusão de que é preciso enfrentar o racismo e chamar a atenção das autoridades para a pobreza dessas mulheres e para as dificuldades que elas encontram”, alertou.
O Mapa da População Negra no Mercado de Trabalho, elaborado em 1999 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), aponta que a mulher negra sofre uma dupla discriminação no mercado de trabalho. E que o desemprego entre negros, em Recife, só fica atrás do de Salvador, que tem taxas de 26,3% (mulheres) e 20,7% (homens).
*Fonte: Agência Brasil
sábado, 26 de janeiro de 2008
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