A insegurança que impera no bairro de Cosme de Farias, em Salvador, que tem impedido moradores até de receber encomendas e entregas de restaurantes em casa, por medo de serem assaltados pelos entregadores, é motivo de revolta na comunidade.
A dona-de casa Marinalda Santos já pensou diversas vezes em se mudar do bairro, mas está cada vez mais difícil conseguir um preço razoável para sua casa. “Com essa crise toda no bairro, aí que não sei mesmo quando vou conseguir deixar o bairro e criar meus filhos em paz”, lamenta. Pouco se comenta no bairro sobre a violência, mas o silêncio é interrompido, ora ou outra, por discursos, ainda que temerosos e inseguros, indignados dos populares. Eles reclamam das ações truculentas, tanto de traficantes locais como de policiais em perseguição aos responsáveis pelas mortes das quatro pessoas e outras cinco feridas, em uma chacina ocorrida no local no início deste mês. Há quem diga que, ao invés de cinco mortes na semana da chacina - quatro delas na madrugada do dia 7 de outubro e uma na noite do mesmo dia -, no período houve onze homicídios no bairro, apesar de a informação não ter sido confirmada pelo Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR).
“Três lá em cima, cinco aqui embaixo e mais três na semana passada“, contava nos dedos um vendedor ambulante de 28 anos, que pediu para não ser identificado.
Helga Cirino, do A TARDE
terça-feira, 30 de outubro de 2007
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